Minha Solidão

11/09/2018

Minha solidão é a falta de mim mesma e não, apenas, a falta de pessoas. Ela é, principalmente, a falta de tempo-espaço.

O tempo me roubou um pedaço de vida. E eu me recuso a deixá-lo, assim, entregue sem vivê-lo.

Tenho desejos, tenho sonhos, tenho necessidades, tenho juventude e amores que ficaram adormecidos nesse espaço-tempo roubado. E hoje, fora do seu tempo cronológico, insistem em despertar e viver.

O padrão não me cai bem. O mundo comum e geral não me é habitável. Tenho meu próprio mundo e nele não há padrão a ser seguido. Há apenas vida a ser vivida.

Esse mundo é natural apenas a mim. Eis aí minha solidão.

Posso convidar a entrarem no meu mundo, mas não posso obrigar que nele vivam. Posso mostrar caminhos e meios para que nele habitem, mas não posso garantir que nele se adaptem.

Minha solidão é viver no meu mundo, no meu espaço-tempo deslocado. Minha solidão é desejar uma companhia nesse meu mundo fora do padrão, fora do tempo-espaço.

Espaço Natura Digital Halicia Ales