Dramática. É, eu sou dramática. Eu choro, eu sofro, às vezes quero morrer. Mas na verdade é o avesso que procuro. Eu quero viver, eu quero sorrir, eu quero o prazer de estar viva.

Poucas vezes experimentei a vida como espero que ela seja. A vida que me preenche, a vida que me faz leve.

Quando estou envolvida por essa vida tudo é mágico e eu não desejo a morte. Desejo viver! Mesmo sem entender um monte de coisas, porque essas dúvidas, esses desentenderes perdem sua força diante da plenitude da vida preenchida.

Mas, quando essa vida se afasta de mim, a dor da perda é insuportável.

O não entender da vida ganha força, uma força incrível, assustadora. Só resta o drama, só resta o choro, só resta a vontade de não ser. A tristeza, o desespero e a solidão invadem.

A alma, ainda assim, luta pra não se entregar. Se humilha. Grita. Pede socorro. Faz tudo o que acha possível, e mais um pouco. Na esperança de resgatar a vida experimentada, vivida, desejada, necessária.

E no fracasso só resta a vontade de morrer. Porque uma vida fria, escura, sem razão, não preenche o desejo de uma vida plena, de uma vida em que se ama e se é amada.

Não sei viver mais ou menos.